Antes de iniciar a leitura, se desprenda de qualquer conceito
pré-estabelecido, esteja receptivo para enxergar diferentes práticas sexuais
como mais uma das formas de se conhecer através do sexo. Busque seus instintos
mais primitivos e se liberte de conceitos sobre o que é o sexo, pois isso nada
mais é que as manifestações dos seus desejos e das emoções que manifesta
através de uma prática de contato corporal. Antes de ter relação sexual com a
pessoa parceira, você está fazendo algo por si mesmo, conhecendo e satisfazendo
a si próprio. E esse deve ser o pensamento principal para quem deseja
incrementar o sexo ou simplesmente saber mais a respeito.
Nesse artigo vamos tratar de uma prática conhecida como BDSM - que é um
acrônimo para "Bondage e Disciplina, Dominação e Submissão, Sadismo e
Masoquismo". Logo, essa abreviação engloba todas essas práticas sexuais,
que envolvem desde o Sadomasoquismo até o Bondage - no qual a pessoa parceira é
amarrada e amordaçada.
PRÁTICA DO BDSM RESPEITA OS LIMITES DO OUTRO
O BDSM tem o intuito de trazer prazer sexual através da troca erótica,
que pode envolver dor, submissão, tortura psicológica, cócegas e outros meios.
Por padrão, a prática é aplicada por um parceiro(a) em outro(a). Muitas das
práticas BDSM são consideradas por algumas pessoas como algo desagradável,
indesejado ou até desvantajoso. Mas vale lembrar que no contexto BSDM, a dor, a
prisão, a submissão e até mesmo as cócegas são feitas com o consentimento mútuo
entre os participantes, levando-os a desfrutarem mutuamente o momento.
O conceito fundamental sobre o qual o BDSM se apoia é que as práticas
devem ser realizadas num estado SSC, que significa "São, Seguro e
Consensual". Atividades de BDSM não envolvem necessariamente a penetração,
mas de forma geral essa é uma atividade erótica e as sessões geralmente são
permeadas de sexualidade, sendo que o limite pessoal de cada um não deve ser
ultrapassado jamais.
BDSM NÃO É SINÔNIMO DE VIOLÊNCIA OU ABUSO
A prática é saudável e realizada entre adultos. Alguns casais podem
levar o sadomasoquismo como um "estilo de vida", no qual os parceiros
mantêm os papeis de submisso e dominador durante todo o tempo. Porém, a maior
parte das pessoas que pratica o BDSM o faz como uma fantasia ou brincadeira
durante o sexo, e até mesmo uma forma de variar a prática sexual habitual e
torná-la mais lúdica.
O BDSM não significa agressão e nem abuso sexual, pois para que aconteça
são necessárias algumas regras entre o casal, tornando a prática consciente,
segura e consensual.
Para isso, antes de se aventurar em
uma sessão BDSM, os parceiros costumam conversar por muito tempo, falar sobre
seus desejos, vontades, tabus, traumas e limites, além de verificar se os
desejos de ambos são afins, combinar até onde as práticas podem ir e o que
jamais deve ser feito. Esse acordo pode ser verbal ou mesmo escrito, como
acontece no livro best-seller "Cinquenta tons de cinza".
É muito comum que
nessas práticas os casais combinem códigos pra sinalizar quando alguma prática
está próxima ao limite. Esse código se chama "safe word", ou
"palavra segura", em tradução livre. Esse código deve ser usado por
ambos os parceiros com consciência e respeito, pois assim que for dito, a
prática deve ser interrompida. Tudo isso diferencia o BDSM de uma prática
violenta.
INGRESSANDO
NAS PRÁTICAS DO BDSM
Antes de se
aventurar em uma experiência sexual de BDSM é importante conhecer seus desejos,
saber até onde quer ir e o que jamais faria, respeitar os limites pessoais, e
ter um bom autoconhecimento e consciência do sagrado existente em você.
Lembre-se que os limites entre o prazer e o sofrimento ocorrem primeiramente em
sua própria consciência, ao envolver-se com o limite de seus desejos e os do
parceiro.
Em entrevista para
essa matéria, uma praticante de BDSM - que preferiu não expor seu nome -
reforçou a importância da confiança que permeia a prática. "O mais
importante ao escolher um parceiro para praticar o sadomasoquismo é a
confiança. E não falo aqui da confiança cega, de um "confie em mim"
que um desconhecido fala para que você se entregue. Mas sim da confiança que
vai sendo construída aos poucos, de você ter certeza que aquele parceiro não
irá lhe machucar ou fugir do que for acordado entre vocês. E essa percepção vem
do conhecimento que você vai ter de si mesma, dos seus desejos e limites, do
conhecimento do seu parceiro, da descoberta se os desejos de ambos são afins e
se o outro vai respeitar seus limites. Também é importante saber se o parceiro
sabe como conduzir cada prática de forma segura ou de forma a minimizar os riscos,
além de ouvir sua própria intuição. A minha é uma excelente aliada pra evitar
furadas. Afinal, se alguém não lhe respeita como ser humano, também não vai
respeitar seu papel de submissão na hora da prática sadomasoquista, que é um
momento no qual você estará ainda mais vulnerável", explica a praticante.
A MULHER
QUE PRATICA BDSM E O DESPERTAR DE SUA DEUSA INTERIOR
Geralmente as
mulheres que gostam das práticas sexuais de BDSM possuem uma sexualidade
marcada pelas características da Deusa Perséfone.
Essa Deusa tem uma sexualidade profundamente adormecida e é
representada pela ideia da virgindade, podendo ser indiferente ao sexo durante
muito tempo ou adotar uma postura de submissão, passividade e até de vítima em
relação ao sexo - chegando, em alguns casos, a se ressentir dele.
Faz parte do despertar da Deusa Perséfone - que existe em
algumas mulheres - se apropriar de sua sexualidade. E uma pessoa parceira
marcada pelas características de Hades - um Deus visto como sombrio, mas
poderoso - é quem inicia e conduz a mulher nesse processo. Sexualmente falando,
essa mulher pode vir a ser tão intensa sexualmente quanto aquelas que trazem em
sua personalidade características da Deusa Afrodite - do amor e paixão - porém
tende a preservar as características mais sádicas e masoquistas durante o sexo.
Para essas mulheres despertarem a Deusa interior Perséfone que mora dentro delas,
precisam sacrificar as características de donzela, saindo do papel de passiva,
vítima e resignada com seu destino, e entregar-se verdadeiramente aos seus
desejos mais proibidos e ocultos - não apenas no ato sexual, mas na vida como
um todo. Ao admitir os seus verdadeiros desejos de prazer, deixando a inocência
ser substituída por um novo comportamento, a essência verdadeira dessa mulher é
equilibrada, mesclando ao mesmo tempo pureza e sedução, amor e sensualidade,
prazer e inocência. Que tal tentar?
Fonte: PERSONARE